Metallica ao som de uma «troca»

A minha a paixão pelo Hip Hop começou na ilha Terceira, nos Açores, e envolveu até uma troca. Estávamos no fim dos anos 80 e eu tinha um amigo que vivia no Canadá. Um dia, ao ver-me com uma t-shirt dos metallica perguntou se gostava daquele tipo de música. Para mim era novidade. Eu nem sabia o que isso era. Apenas tinha gostado do desenho na t-shirt. Foi aí que surgiu a troca. Ele perguntou se eu queria trocar a camisola por umas cassetes de música. Aceitei o negócio e, no dia seguinte, quando nos encontrámos ele trouxe uma cassete dos Public Enemy e Young MC, entre algumas outras.

Comecei por ouvir os Public Enemy, mas, de início, achei o som um pouco pesado. Todavia, fui-me habituando a ouvir e comecei a gostar da sonoridade. O meu amigo foi trazendo cassetes do Canadá e foi-me passando novos sons. Mais tarde, já conhecedor de alguns grupos, fui tomando contacto com mais rappers, porque convivia com os tropas americanos na base das Lages.

As revistas de Hip Hop de então, ainda a preto e branco,  tinham títulos como YO, Black Beat e, mais tarde, Source. Destas, aliás, ainda tenho uma das primeiras que foram publicadas.

Na minha vida acompanhei vários lançamentos, comprei mais cassetes, cds e revistas. Até que 1996. Nesse ano vim para a Amadora e comecei a ir a festas e concertos, iniciando o meu registo e tirando fotografias em todas as festas.  

Corria o ano de 2003 quando comprei a minha primeira máquina de filmar. Filmava e filmava. Filmava tudo o que se relacionava com o movimento, mais com o intuito de registar os momentos para os partilhar com amigos.

Um ano depois cheguei à conclusão de que era altura de dar a conhecer ao mundo essas imagens, captadas aleatoriamente ao longo destes últimos anos.  

E embrenhei-me mais a sério nesse trabalho, contactando Mcs, djs, writers, b-boys, visando concretizar um projecto que passava pelo lançamento de Dvd em que captasse o que se passava no mundo do Hip Hop nacional.

Um professor (Mário Brás) da escola IADE, ajudou-me e entrei, então, na fase de montagem do vídeo. Com material feito de improviso, descarregamos milhares de horas de filmagem para o pc e fomos montando sem que houvesse um guião ou alguma ideia estruturada.  

Concluída a montagem, começou a procura de como lançar o Dvd de forma a consiguir cobertura nacional total. Um contacto com a editora Very Deep conduziu o mei projecto à Som Livre e, em Setembro de 2007, «Enciclopédia Dvd Vol.1» foi editado e distribuído de Norte a Sul de Portugal.

Em 2007 concorri ao festival de cinema Vimus (Festival Internacional de Vídeo Musical) onde me foi atribuído o segundo lugar na categoria dos documentários. Apresentei ainda o meu trabalho no Festival Mundos Locais, em Lagos, no Algarve e, neste momento, estou a terminar a montagem do Vol.2, de nome «Uncleciclopédia Dvd», que terá melhores conteúdos e novas participações de artistas nacionais e internacionais.

Afinal, quase 30 anos depois, uma vida de Hip-Hop na troca de uma t-shirt por algumas cassetes…


Por: Uncle C

 

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