Seyr, um dos writers com mais estilo e técnica da tuga, promete manter-se em evolução até puder


Freestyle: Quando começaste a pintar?


Seyr: Comecei a pintar em 99/2000, via as cenas do EXAS do BYZAR dos CASA NOZTRA.



O que te motivou?


A cena mais importante foi passado uns tempos ver que já tinha adquirido alguma técnica, conhecer writers, pessoal do forte da casa. Antes disso tinha só aquela visão, do BYZAR, KAISER e dos CASA NOZTRA, mas depois eles seguiram outros caminhos e eu sempre insisti no graff. Fui conhecendo pessoal com outra visão, ACER, KIER, a JOAN o RAK o BUGSTER, eles faziam todos 3D, nessa altura comecei a dar wildstyle em hall of fames, sempre curti a cena de bombing mas faltava-me companhia.



Porquê SEYR e não outra coisa?


O meu primeiro tag foi YANK em 99.



E porquê YANK?


Na altura foi um bocado pela cena dos chapéus, o pessoal andava todo com esses chapéus, era old school uma cena mais chunga. Depois passei para PUBER por causa da puberdade, cenas estúpidas… depois curti o S e passei para PUBES, agora até há um writer conhecido com esse tag. Quando quis mudar foi quando fiquei com este tag, foi por causa dos autocarros da seur.

Gostas mais de misturar letras do que propriamente ter um significado?


Sempre vi muitos writers a mudar de tag´s para adquirirem um tag melhor, eu sempre gostei de fazer letras que ninguém faz, o Y por exemplo. O meu nome é SEYR desde puto e vai continuar a ser, são as letras que quero explorar.



Influências.


A influência que tinha há dez anos não é a mesma de hoje. Todos os dias sou influenciado, basta estar a falar contigo para ser influenciado. Depende do que me acontece durante o dia e com quem estou. Agora curto fazer estilos diferentes, vejo muitos livros old school e essa é a minha maior influência de hoje em dia, tenho muitos livros mesmo.

Como diz um writer, “I´m the inspiration for all over the nation” ele sabe que vai ser bitaido, é isso que acontece, um writer aparece com um estilo e esse estilo vai pegar.



Tu és uma influência de montes de estilos que vemos aí na rua, achas que isso te faz perder a originalidade?


Eu e o ETOR é como o ZIAKE e o ZEX, não dá hipótese! Mas não é só ele há mais writers. Eu não sou 100% original mas não sou 100% biter. Eu vou vendo o que gosto. Graffiti não é arte, é design. O design tem de se moldar ao que é mais actual, se o que está a bater é toy style, então dá toy style isso é mostrar skill. Acho mal influenciarem-se por mim, deviam-se influenciar pelos writers lá de fora. Eu gosto de ver graff´s dos outros não gosto é de ver bites descarados.

Antes de conhecer o MAZAR e o YESK tinha um style sério, eles disseram-me “não vale a pena estares a levar isso tão a sério”. Eu fazia cenas tipo madman, oldschool, wildstyle e eles ao meu lado faziam bonecos a sair os miolos, desenhavam mais descontraídos e agora sinto mais essa onda. Eu curto ver a cena de graff´s como o RAM é uma pintura mais livre, mais intuitiva. Podem me chamar toy e dizer que gostavam mais do que eu fazia anteriormente mas eu curto variar os estilos e fazer uma cena mais toyaca.

Foste writer de hall of fame muito tempo, o que preferes? Bombing ou hall of fame?


Bombing! Se pudesse só dava bombing, bastava ter um companheiro e dinheiro para comprar latas. O bombing é como tu aprendes a desenhar melhor, é como aprendes a controlar tudo. Já fiz muitos hall of fames, hoje controlo muito bem a lata, tenho graff´s que és capaz de olhar e dizer que demorou muito tempo a fazer e só lá estive 20 minutos.

Às vezes dou mais valor a um graff de 3 minutos do que a um de três horas. 



O que é para ti o graffiti?


É prática. Por exemplo, um grande writer está sempre a tagar, eu estou sempre a desenhar. Estar sempre a criar novas tendências, ter novas ideias.

O exemplo da cena do LOVE, ele fez um painel com revistas porno! Recortou as revistas, colou no train deu o outline e fez fundo. Está lindo!



O que achas da atitude geral dos writers de Lisboa?


Estão a ter a atitude normal do graffiti, que é a cena do alter ego, tu achas que estás a rebentar, tens mais direito que os outros, etc… Mas a vida não acaba já, hoje são eles amanhã sou eu. Tenho muitas ideias, quando saltar daqui para fora… 

Achas que é fixe seguir o que as fontes inspiradoras dizem?


Por um lado rouba-te um pouco a alma mas é o que acontece. Se um writer faz um train, amanhã, vai haver mais pessoal a fazer. Se tu dizes que o Metro é que está a dar, o pessoal vai querer dar nos metros, percebes? Eu quando me sinto a estagnar, ou não sinto pica, curto ir a Barcelona ter com o YEST. Aquilo é o caos! Tantas ideias diferentes, é como o rolo agora. A cena tem de evoluir basta um começar e há sempre seguidores. É como entrares num campo de basquete, o espaço é limitado mas até podes jogar futebol lá, são ideias, podes fazer muita coisa. 



Onde pretendes chegar com o graffiti?


O meu medo é deixar de gostar de letras, começar a curtir mais desenhar. Por enquanto não. Vou chegar onde a babylon me deixar. Onde puder, não sou nenhum mainstream, mas não me importava de ser, e de ter latas para pintar à vontade. O princípio do graff está no papel, enquanto tiver caneta e papel não paro.



Até que ponto a música te influência?


Influencia-me muito, não oiço só rap. Mas sou Hip Hop, eu adoro a cultura, faço os meus moves de poping sou tipo o ATSOK. Hoje estava em casa a ouvir o Halloween e a chorar, é verdade! “Sentado em Stº Adrião fumo o meu futuro até ao cartão” isto é verdade, não há futuro. O pessoal aqui não sai do bairro, porque se sair é só para fazer merda, ninguém sai daqui para fazer graffiti. Eu quero sair daqui e muitos acham-me ridículo, outros acham que eu sou pesado, o Regula estiga-me diz que tenho um estilo podre, que os CN é que eram mesmo brutos.



O que esperas do teu futuro, a nível de graff e sem ser graff?


Não tenho feito muito graff, tenho estado em casa a fazer mais desenho do que propriamente graffiti. Não estou a ligar muito a graff, estou a gostar de desenhar.



Queres mandar props?


Quero mandar só para quem me respeita os outros fuck that!




Por: Smiek

Fotos: Martim Borges


FREESTYLE/2010 

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