MLK aka Malayker faz a sua apresentação a solo no Rap Nacional com o EP "99.09", através de um Rap auto-biográfico e de uma linguagem forte, este MC de Almada vem mostrar que o Hip Hop na Margem Sul continua vivo e de boa saúde.


Freestyle: Em poucas palavras, quem é  o MLK?


MLK: Mc de almadan e as minha influências para além de M.A.C os nexo principalmente o Eminência.

Uma pessoa divertida que gosta das coisas simples da vida, viajar e conhecer pessoas.


Fala-nos um pouco do teu EP de apresentação “99.09”.


São sons que fazia soltos, gravava na casa do TNT alguns gravei em casa, nasceu disto, tinha mais, mas quantidade não é qualidade , reunimos os melhores e são esses que compõem o EP. O “em minha casa” é de 99 , os outros fui fazendo ao longo do tempo “neste rio” a primeira parte escrevi na holanda onde estive a trabalhar numa estufa.

O TNT foi o principal motivador, o mike fez a parte gráfica o Ivan fez o filme e o kulpado era o cabecilha por trás da cena (risos)


Participaçoes


Tenho os instrumentais do TNT que também participa num refrão a Carina que gravou no “adaptado” e o Mask na parte do refrão de “a minha casa”.

E quem misturou tudo foi o DJ Konecta que também está a preparar uma mixtape.


Para além do MC-ing, no EP mostras o teu trabalho como produtor em três músicas. Qual das duas vertentes te dá mais prazer?


É escrever e interpretar as cenas, a interprtetação é uma coisa que vem com o tempo porque escrever qualquer um escreve as suas ideias mas só resulta se conseguires interpretar.

Hoje em dia dá-me mais prazer cantar e estar num palco.

A produção já começou na altura que começei a fumar ganzas, a minha irmã acordou-me nos meus anos com a caixa do e-jay era um cd e um manual de instruções isto em 98 possivelmente.

Com o TNT começei a trabalhar no fruity loops que já era uma liberdade muito maior depois com almadan era o nuendo? E agora estou a produzir com o logik?, curto produzir mas e fodido.


“Num período de "seca" criativa e, ausência de novidades no panorama musical nacional,…”.È  assim que caracterizas o estado do Hip-Hop Tuga?


Isso foi o TNT mas acho que de novidade sim, porque tivemos um boom há 5 anos atrás esses mc´s que lançaram álbum Valete, NBC e continuam a trabalhar mas também faz falta a freestyle nisso porque apresentam outro pesssoal e isto é a prova estão comigo hoje.

Há alguns produtores, o gabone mas é pessoal que puxa por eles próprios, o pessoal tem de se mexer porque hoje é tudo mais fácil com uns trocos já fazes um estúdio.


No videoclip de “Vendetta” mostras imagens de todas as vertentes da Cultura Hip Hop. Para ti é uma preocupação interligar todas as vertentes na tua música?


É. Como te disse há pouco gosto de ligar as pessoas. Os 12 makakos fizeram a cena na boa, beatbox nós fazemos aqui em almada é é o que tem mais ligação comigo, graff sempre tivemos ligação aqui em almada até temos a galeria que é o sítio mais gritante, DJ temos o kulpado que até já pegou nos pratos! 


Ainda em relação a essa música, a certa altura podemos ouvir:“…se prós não fazem, amadores ganham tomates para o que deve ser feito.”Sentiste-te forçado a fazer o trabalho que compete aos prós?Que trabalho e que prós são esses?


É falar verdade, tens gajos que tem responsabilidade e baldam-se mas penso que isso tem de mudar. O hip hop é um estilo de vida em que tu foges à rotina das 8 horas de bules 8 horas para ti e 8 horas de descanso.

Era bom que essas pessoas fizessem mais cenas, darem nome a mais pessoal, tens o exemplo de frança os psy 4 que eram uns putos e hoje em dia são uma grande banda, a primeira vez que os ouvimos foi numa mixtape de kheops, ele fez uma mixtape com pessoal do bairro isso deu alta exposição.


Sendo um EP que reúne músicas tuas num espaço de dez anos(1999-2009), identificaste com todas elas da mesma maneira?


É fodido rimar estes sons hoje em dia porque já tenho outro ep gravado que só faltam as participações e tou a preparar outro ep com crónicas , este é muito pessoal tem o espírito que tinha na altura.

No em minha casa há lacunas de português , tenho linhas que não metia.Nessa altura escrevia em prosa agora escrevo em verso escrevo em barras as 16 barras.

Mas dá –me gozo interpretá-las agora.


No EP fazes inúmeras referências à tua zona, Almada. Consideras-te um MC bairrista?


Sim, bastante. Nasci aqui, cresci aqui, vivi todas as expriências em almada. Até o pessoal do hardcore curtiu da cena e isso é muito gratiicante. Almada não é só rap aqui há uma mistura de estilos e vês isso quando sais aqui á noite, todos tem o mesmo estilo de vida em almada sejam do punk ou do rap.


Na tua música “Olhos nos Olhos”  fazes referência à morte de um membro da formação original dos Al-madan, Mandoli. De que forma é que isso te marcou enquanto pessoa e MC?


Foi com ele que comecei a rimar, o nosso primeiro refrão era: “a realidade e fodida e assim á a vida porque a vida e fodida” e repetiamos isto mil vezes. Eu tinha 15 anos ele tinha 13 crescemos juntos, divergiamos muito nas opiniões, discutiamos mas encontravamos-nos sempre, era mesmo o mano. Ele ia ter uma bolsa da escola, era mega inteligente tinha sempre 4 livros na mesa de cabeceira. No último concerto dele tinha alto texto em que dizia “temos de fazer isto todos juntos porque sozinhos nunca vamos conseguir revolucionar com ritmo e ritmas fazer a revoluçao” teve em alta o pessoal sentiu mesmo a cena.

Foi um grande choque.


No teu texto de apresentação no myspace, defines-te como um MC inspirado pela “antiga escola da Margem Sul (Mafia Sulliana), Sendo Eminência AKA Puttano e a banda NEXO”.Achas que actualmete se está a perder um pouco o respeito ao Old-School?


Não sei como é que certos mcs surgiram a rimar, não sei com quem e não sei porquê.

Eu e o meu pessoal sempre tivemos a humildade de levar os calduços dos mais velhos e tivemos essa velha escola e não falo de rimas falo de vida. É essa humildade que falha acho que deves fazer a tua cena, inovar mas respeitar sempre as raízes. Não se deve generalizar, andam aí muitos valores, mas o que se pede aos mcs é que transmitam a sua experiência esse é o trabalho dos mcs.


Actuações ao vivo é uma parte que tu gostas?


Sim, cada vez mais. Ontem o palco era muito grande fiquei um bocado assustado, era a festa da terra o meu som falava de sustentabilidade e como tinha tudo a ver acabou po fluir fixe.

O concerto aqui no Ponto também correu bem o pessoal curtiu muito.


Fala-nos um pouco dos próximos projectos a solo e com os Al-madan.


De al-madan temos 5 faixas feitas outras 5 encaminhadas, está-se a encaminhar para um albúm fixe.

De mim podem esperar para breve um ep que já estava escrito e tenho outros sons de crónica a falar de amigos meus que foram para fora outros que se estão a fazer a vida cá mas isso é lá mais para a frente.


Mensagem final


O people tem de se fazer a pista, que gravem instrumentais que os façam, que rimem as suas cenas.




Por:Tiago Mateus

Foto: Martim Borges


FREESTYLE/2009

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