Um grupo forte do rap tuga, histórico mesmo, e uma das bandas capazes de sair fora dos limites do Hip-Hop com sucesso. Os Mind Da Gap estão de volta com um novo trabalho. Aproveitámos a sua estadia na capital para falarmos com Ace, Presto e Serial e saber um pouco dos planos deste grupo do norte.

Freestyle: 16 anos de carreira, incluindo o vosso primeiro ano como Da Wreckas, dois EP’s, quatro álbuns, o Matéria Prima que engloba temas de 97 a 2007, muito sucesso e um quinto álbum a caminho. Como se sentem?


Ace – Velhos (risos). Bem, sentimo-nos bem e com pica para continuar. No caso é o mais importante, apesar de tudo e apesar das vezes que nos apeteceu mandar tudo às ortigas, sentimo-nos com vontade para continuar e fazer alguma coisa que ainda nos reste fazer. Andamos a procura do que será e a trabalhar.
Serial – Engraçado que quando éramos mais novos achávamos este momento, esta nossa idade, um bocado estranho e pensávamos como seria quando fossemos mais velhos e a conclusão: está igual. Aquilo que parecia um bocado estranho, hoje em dia não é. Na altura também pelo Hip Hop ser mais recente, era difícil imaginar isto.


O vosso espírito mantém-se o mesmo portanto.


Ace
– O espírito é jovem, é óbvio que nalgumas coisas era mau se assim não fosse. Mudámos algumas coisas, amadurecemos, adaptamos a nossa maneira de ser a uma idade que já não é a mesma e é óbvio que as nossas ideias amadureceram, fomos “obrigados” com o tempo a corrigir algumas ideias. Outras estão ainda mais fortes, continuamos muito rebeldes, embora essa rebeldia se mostre de outra forma, com mais classe.



Ao longo destes anos de carreira, os vossos pontos positivos foram sempre superiores aos pontos negativos?


Serial
– Como artistas a fazer música, para nós, estamos bem. Queremos fazer música, no aspecto criativo.

Ace – O que ele está a dizer é o que estava a pensar. O maior ponto positivo é sentirmo-nos muito bem a fazer o que fazemos e conseguirmos, apesar de tudo, sobreviver. Não somos ricos, nenhum de nós tem um Porsche, infelizmente, mas não morremos por isso. Este é o ponto positivo e há várias que vêem deste. O resto penso que é tudo negativo, mas a nossa paixão e o nosso gosto mantém-nos a fazer isto.
Serial – A maior recompensa que nós temos é podermos estar aqui e se estamos aqui é porque estamos felizes com o que fazemos.


Para a vossa vontade de continuar é-vos dado o apoio e o feedback pelo público?


Presto
- Tem dias e tem público. (risos)

Serial – O público não é o nosso motor para continuarmos. O importante é que nós somos músicos e gostamos de fazer música, já gostávamos de fazer música antes do Hip Hop e vamos continuar a fazer. Não é pelo Hip Hop se ter tornado mainstream que vamos deixar. Eu antes de fazer parte de MDG já fazia música, já tinha um órgão aos 12 anos, uma guitarra. Não somos rappers porque achámos que era fixe, somos desde o tempo em que era chunga e continuaremos a ser.
Ace – Apesar de nós termos sido acusados de ter tornado o Hip Hop mainstream.
Presto – E não deixaremos de ser rappers quando deixar de ser fixe. Isto por causa do público, vão haver sempre críticas, nunca vai haver uma posição unânime. Há algumas ondas/modas que vão e vêem, há alguns anos atrás era a cena underground, depois passou a ser a cena comercial, agora não se sabe muito bem o que é. As coisas vão sendo aceites, nós temos de estar sempre diferentes e fazer aquilo que nos dá na gana.
Ace – Não se sabe muito bem e alguns dos que falavam mal de nós, agora também têm meninas a cantar nas músicas deles. 
Serial – o Engraçado é que aquilo que se faz agora, para nós já não vale. Já fizemos, por isso tentamos inovar. A parte de músicos é também a parte criativa, explorar. Quando chegas a uma altura que já fizeste aquilo e continuas a fazer já não te dá tanta pica.


Vocês tentam sempre inovar a cada álbum que lançam.


Ace
– Estamos sempre à frente. Nós nem tentamos, não é algo forçado.

Serial – Não estamos com medo do que vai acontecer. Nós por vezes comentamos entre nós, que somos órfãos de público. Os mais novos não se identificam porque falamos de coisas diferentes e de maneira diferente, os mais velhos e que nos acompanhavam já têm família e já não acompanham tanto e nós estamos no limbo, nem para um lado nem para o outro.
Ace – Não temos um público tipo, também temos pessoal do rock, do punk, metaleiros que gosta da nossa música.
Presto – É uma característica do nosso público, é termos sempre gerações diferentes. O pessoal mais novo à frente, o pessoal um bocado mais velho fica mais atrás e vamos apanhando sempre, aqui e ali, público que faz uma massa de gente diferente, que é difícil de classificar e de nós mesmo percebermos qual é que é o nosso público. Não é só o chavalo que curte rap agora…O pessoal identifica-se mais com a música e com o que dizemos, do que por sermos uma banda de rap.
Ace – Conseguimos ter gente a gostar de nós, sem ligarem ao facto de sermos uma banda de rap. Há muita gente que sente o estigma quando diz a alguém que gosta de uma banda de rap, porque toda a gente olha e diz “isso não é música”. Nós já ultrapassamos um bocado esse estigma.


Vocês sentem a tendência de que quando se é rapper, mesmo que se goste não se diz que se gosta?


Ace
– Eu conheço muitos rappers que gostam de nós mas que nunca dizem que gostam. Falando de nós especificamente, porque se calhar há muitos outros grupos nesta situação, das duas uma ou eles gostam mesmo de nós, ou quando falam connosco são mentirosos.

Presto – É um país muito pequeno, e dentro do país pequeno é um meio ainda mais pequeno. Quase todos se conhecem e as pessoas têm medo de definir uma posição. Têm medo de ser criticados pelos outros. Parece que são uns vizinhos que vivem todos no mesmo prédio e não querem mostrar os podres.


MDG é um dos grupos pioneiros do Rap do Norte e um dos grupos pioneiros do Rap português. Sentem-se como influências e acham que têm de ser uma influência tanto para os MC’s, como para os jovens como para quem vos ouve?


Serial
– Obrigação não. Mas penso que temos cuidado de passar uma mensagem positiva.

Ace – Eu não tenho, nem sinto essa obrigação. Não tenho alguma intenção à priori a fazer música. Quando o Serial nos dá um instrumental, esse instrumental vai ditar, devido ao ambiente que cria, um tema. Depois é seguir a inspiração. Eu se tiver essa intenção ou esse cuidado não é consciente. Eu não acho que tenha obrigação de passar uma mensagem. Quando o faço é porque estou com vontade de o fazer. Eu até acho que maior parte das pessoas se está a cagar para a música. Prefiro que a nossa imagem junto do público, seja, ainda que produto duma coisa inconsciente da nossa parte, de alguém que tem cuidado com a mensagem do que alguém que não tem, mas não é essa a intenção. Não somos “Preachers”, não somos donos da verdade e não vejo que tenhamos de ensinar. As vezes até sabemos que as mensagens que estamos a passar não são as melhores.
Serial – Naquela altura do “Faz esse” por exemplo, eu moro em frente a uma escola e faz-me impressão quando ouço putos a dizer “hey o mano, faz esse” e eu sinto-me um bocado mal.
Ace – Eu acho que não devias sentir. Acho que devias pensar nisso como a tua música chegou longe. (Risos)É lógico que hoje em dia não faria uma música com refrão a dizer “faz esse”. Amadureci e aí seria uma coisa consciente, porque pode prejudicar quem ouça, daí não voltar a fazer, mas na altura éramos jovens.


O que fica no ouvido das pessoas é a mensagem negativa e muitas vezes as mensagens são deturpadas e não se capta o que realmente o artista quis dizer?


Ace
– O problema é dos ouvidos e da mentalidade.

Serial – A cena tem de ser muito bem traduzida e muito bem explicada.
Ace – É claro que quando ouvem uma música nossa e a distorcem, eu fico chateado, mas isso até faz parte da beleza da arte. Qualquer artista, pintor, escultor, arquitecto, assim que expõe a sua obra ao público, tem noção de que ela vai ter inúmeras interpretações. No exercício da escrita, por vezes esforças-te para escrever de uma forma mais complexa, mais elaborada ou com mais jogos de palavras ou mais simples e eu acho que há muita gente que não vai perceber da maneira como eu quero que percebam, mas o facto de podermos continuar a fazer música é o mais importante.


Relativamente às letras e a escrita, vocês acham necessário ter cuidado com as mesmas e com o Português que se “escreve/canta” tanto gramaticalmente como em termos de calão?


Ace
– Entre gramática, calão, asneiras, acho que não se deve acabar com o calão e com as asneiras (algumas). Faz parte da cultura e da riqueza de uma língua, que está sempre em mutação. Vai-se alterando e modificando com os tempos e isso eu acho fixe. Falar mal português, isso já não acho muito bom, mas também não acho que tenhamos de ser nós rappers/artistas a ensinar, quando tens nos noticiários, jornalistas e políticos e professores a falar mal português.



O vosso trabalho ultrapassou um bocado as barreiras do Hip Hop e alcançaram outros patamares. Vocês sentem-se um pouco postos de lado pelo público e artistas do meio?


Ace
– Postos de lado, não digo. A ser verdade que nós alcançamos outros patamares, a culpa não foi de ninguém senão nossa. Até és capaz de ter alguma razão e isso também vem no sentido do que estávamos a falar, que há rappers portugueses que nunca os ouvi dizer que gostam de MDG e eu sei que gostam. Mas também nós pomo-nos a jeito para isso. Nós não somos gajos fáceis e não somos nada camaradas, que é uma característica das pessoas do norte que nós temos em doses grandes, é que não somos da “coleguice”. Eu posso saber quem é o rapper Xpto e passar por ele na rua, que não me sinto na obrigação de lhe falar só porque somos rappers. Não é por antipatia, no fundo eu não o conheço de lado nenhum, sei quem ele é mas não o conheço. Nem somos de andar a dar palmadinhas nas costas. Por isso é que eu digo que talvez nos tenhamos posto a jeito, porque é a nossa maneira de ser. Não somos simpáticos à força, nem somos hipócritas nem falsos. Até porque maior parte das pessoas que praticam esse tipo de desporto são sorrisos e nas costas falam mal. Acho que é por Portugal ser pequenino.

Presto – A cena do Hip Hop cá tem uma história muito recente e ainda foram poucas as bandas que deram o salto para fora das “barreiras” do Hip Hop, talvez seja um motivo para isso.


Em 2000, numa entrevista ao Blitz, diziam, também de acordo com o vosso tema “Movimento” “que o movimento nunca se moveu, até agora não fez nada, nunca aconteceu nada, nunca se moveu por si próprio mas sim a ser empurrado…”. Como vêem agora o movimento?


Ace
– Moveu-se alguma coisa. Pelo menos para os lados, não sei se chegou a andar para a frente. É estranho falar de movimento, quando todos nós sabemos que há gajos que estão à frente, que são populares e têm o apoio dos media. Depois há gajos que venderam muitos discos, independentemente de terem esse apoio ou não. É assim uma coisa um bocado dispersa. Tens um gajo como o Boss AC que chegou a Platina ou Dupla Platina no disco anterior, ou algo semelhante. Tens o STK que é talvez o rapper mais amado do meio nacional e mais elogiado e os media abraçaram-no bem. Tens gajos como nós que somos mal amados e inimigos públicos, como o caso do Blitz, porque tivemos a arrogância de fazer um tema a falar mal deles. É tudo uma espécie de esforços, mas é cada um por si. Acho que não se pode falar de um movimento a crescer, quando há um gajo que vende tripla platina, porque isso não diz nada do movimento, mas sim que ele ultrapassou as tais barreiras do movimento que tu falaste há bocado. O “Bazamos ou Ficamos”, foi mal compreendido no movimento mas ultrapassou as barreiras e nós vemos que ela não tem muitos adeptos no público Hip Hop. É claro que hoje em dia se fala muito mais de Hip Hop e não há as dificuldades que havia quando nós começámos. 

Presto – Quando começámos a dar concertos, tanto o público como até os técnicos de som, ficavam a olhar de lado para nós, a pensar o que é que nós íamos fazer, se era playback, se era um DJ que ia passar som. Nós sentíamos um pouco o facto de o pessoal, técnicos, não nos respeitavam e aos poucos fomos conseguindo conquistar esse respeito.
Ace – Por isso é que, voltando atrás, o movimento parece que cresceu, mas não andou para a frente, mas sim para os lados. Está muito mais difundido, tem muito mais gente, tem pontos bons e pontos maus, mas é difícil porque vamos sempre dar ao mesmo sítio que é Portugal é um país pequeno e não pode dar para toda a gente. Quando dá para uns, não dá para outros. Num país como o nosso, um movimento, seja ele qual for, não tem muito espaço para se expandir. Há um mercado, mas é um nicho. Outra coisa que acho piada, é que aqueles defensores acérrimos da suposta filosofia Hip Hop, que começaram a pôr-nos um bocado de lado usando a tua expressão, a certa altura perceberam que realmente era preciso fazer algo mais para sair do “meio” e começaram a fazer aquilo que criticavam por fazermos. 

O press release do single “Abre os Olhos” diz: “um híbrido entre os MDG "Sem Cerimónias" e o que se faz de mais actual no meio Hip Hop além fronteiras”. O álbum seguirá as pisadas do Single ou teremos surpresas?


Ace – Posso dizer que o “Abre os Olhos” não é uma representação muito fiel do resto. Não vai ser MDG do “Sem Cerimónias” com o que se faz de Hip Hop além fronteiras. O que te posso dizer em relação a este disco é que já não me sentia assim tão bem a fazer um disco há muito tempo. Desde gravar, escrever, todo o processo de construção e criação de um álbum, deu-me muito prazer.
Presto – Em relação ao single, não podemos dizer que ele representa o álbum. Isso acontece sempre nos singles. Pela primeira vez a escolha foi inteiramente nossa, em que tivemos poder total de decisão. Raramente as músicas escolhidas para single podem representar um álbum na sua totalidade e isso acontece. As músicas que tocam e que são os singles são as músicas mais acessíveis ao público e com a qual eles se podem identificar e gostar mais, porque é assim que as coisas funcionam e temos de jogar com isso e com os meios de comunicação. Infelizmente, mas temos de seguir esse raciocínio. Por vezes ficamos marcados, porque as pessoas ouvem o single e pensam que o álbum está igual e não se interessam.
Serial – Andamos um bocado à procura da essência, voltar a simplificar, não ser tão confuso, fazer as coisas mais directas. Para mim é o que reflecte este disco, a procura da essência.



E como tem sido o feedback do single?

Presto – Tem sido positivo. Os comentários que temos recebido, ouvido, as pessoas falam muito nisso, que os MDG estão de volta, a fazer música como faziam antes. Eu não sei se isto é devido ao facto das pessoas não se terem dado ao trabalho de ouvir os álbuns, porque sempre fizemos música como antes.



Ace – Já há pessoas a dizer que estão curiosas quando é que sai o álbum porque nós prometemos voltar aos velhos tempos. Eu não sei quando nós prometemos isto porque não gosto de fazer promessas que posso não cumprir. Voltando ao que o Presto disse, a partir de certa altura, tanto para o movimento como para as bandas/artistas, nós passámos a ser os “Bazamos ou Ficamos”. Nós não somos só esse tema, nós somos as músicas todas que fizemos, não só aquelas que passaram nas rádios. Somos o “Todos Gordos”, o “Dedicatória”, etc. Uma música é uma parte de nós, nós somos o nosso trabalho todo. Nós, sendo gajos puros e que curtimos rap à séria, temos de comer e temos de pagar a renda, portanto, em relação à música nós somos muita coisa. Eu não acordo todos os dias com a mesma disposição.


Expectativas para o novo álbum?


Serial – Eu já aprendi que o melhor é não ter expectativas. O importante é fazermos aquilo que gostamos e não pensar em expectativas. Temos de viver o momento e não a pensar no que foi ou no que vai ser.
Ace – Acreditamos na qualidade do nosso trabalho e gostamos daquilo que fazemos, daí acharmos sempre que temos um disco do “c#&@l7”, mas não pensamos que isto vai vender X ou Y. Quando éramos putos talvez pensássemos assim, mas rapidamente percebemos que não era por aí. Como diz o nosso mano Maze “expectativas exageradas trazem desilusões inesperadas”, por isso mais vale pensar positivo mas não esperar nada.
Serial – É claro que temos de projectar algumas coisas, fazer um plano. Pensar qual será o melhor single, entre outras coisas.
Presto – Eu por acaso só tive esse tipo de expectativas no EP, a partir daí percebi logo que não valia a pena tê-las. As reacções são diversas e não é aquilo que nós esperávamos. Quem gostar gosta quem não gostar não gosta. E depois, nos álbuns, como o Ace estava a dizer, pensamos sempre este é que vai ser o melhor. Só depois de o álbum sair é que nos pomos a olhar para trás e analisamos e vemos que, aqui ou ali, não ficou como esperávamos, mas o que importa é que o fazemos no momento e aproveitar.




É difícil produzir para um grupo? Em termos de gostos e preferências, devem ser diferentes?


Serial – Por acaso não. Temos os gostos semelhantes, crescemos juntos a ouvir praticamente a mesma coisa.
Ace – Nós ouvimos coisas parecidas e o percurso é semelhante, cada um com a sua especificidade claro. Quando toca a MDG é tudo muito unânime.
Serial – Temos uma identidade já.



Vocês conseguem viver da música?

Ace
 – É um bocado aquela fábula da cigarra e da formiga. Temos de nos habituar a no Verão trabalhar muito e no Inverno ter muito jeitinho a gastar.

Serial – Quem fala de Verão e Inverno, também fala de épocas. Este ano foi muito fraco para nós em termos de concertos. Eu pago uma renda, este ano gastei mais do que aquilo que ganhei, por isso tem de haver disciplina.


Vocês notam diferença entre o movimento e tudo o que é feito em Lisboa e no Porto? Não querendo com isto começar ou alimentar alguma guerra.

Ace 
– Sim e há uma diferença muito grande. Mas isso nem é só em Portugal, acontece em todos os países. Tens sempre a capital, que é a primeira cidade e depois tens sempre a outra que vem atrás. Nas capitais, dás um peido e sai na primeira capa do jornal. No Porto é preciso comer muitas castanhas (risos). É mais difícil chegar a meios de comunicação, tens de trabalhar mais para alcançar o mesmo plateau de reconhecimento do que em Lisboa.

Serial – Ser artista em Lisboa é dividir o teu tempo entre o estúdio e a parte social. Lá não temos isso. É praticamente só estúdio. Em Lisboa vive-se muito disso e com isso, os jornalistas andam sempre atrás de tudo e de todos, no Porto não. Os paparazzi e as revistas cor-de-rosas estão todas aqui.
Presto – No Porto as coisas amadurecem mais antes de aparecer. É preciso trabalhar mais. Lisboa, devido à maior procura e oferta, a “cena” nova ainda nem amadureceu e já andam todos a mostrar o que descobriram e a dizer que aquilo é que vai ser o sucesso. Ainda nem o projecto amadureceu e já está a ser exposto. É diferente do que trabalhar o projecto durante algum tempo, com calma, do que com essa pressão.


Em termos de projectos a Solo:

Ace
 – O meu álbum teve um acidente, tanto o meu como o do Maze, que eu estava também a produzir, em que o meu PC deu o berro e foi tudo ao ar. Tenho os ficheiros todos em .wav e agora quando tiver mais calma, é reconstruir as músicas, mas em principio será para download gratuito, porque achamos que já não faz muito sentido lançar. Começaremos a trabalhar do 0, escolher apenas algumas que se adeqúem e fazer um álbum novo. Com o início do trabalho no álbum de MDG, isso ficou de parte. A minha ideia era lançar antes do álbum do grupo, até já tinha anunciado isso, mas devido a esse problema tive de deixar para depois. Não podia sacrificar o grupo portanto agora estou concentrado em MDG.

Serial – Tenho lá muitos instrumentais e hei-de fazer alguma coisa deles, mas neste momento só tenho mente para MDG. Tenho várias ideias, mas nada ainda definido e tenho um projecto paralelo com o Pedro Tenreiro, que o futuro se tratará de encaminhar.
Presto – Eu sempre gostei de fazer música com eles e me vi mais como um jogador de equipa. Nunca senti necessidade de lançar um álbum e não é por eles terem que eu também tenho de ter. Não pus de parte, mas nunca senti esse chamamento para fazer um disco. Acontecerá quando tiver de ser. Neste momento tenho outro projecto mais importante que é um filho.


Palavras finais

Presto
 – Já dissemos tanta coisa (risos)

Serial – Eu penso que já dissemos tudo.
Ace – Nada de especial. Uma mensagem de apoio à revista e para quem está a ler, façam o que vos der na cabeça e vivam bem com isso.




Por: Tiago Costa Rebelo
Fotos: Martim Borges

FREESTYLE/2009

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