Aos 13 anos começou a dar os seus primeiros passos na arte de rimar, mas foi em 2000 que Mag aka Magistrado desabrochou com o EP “ Barca do Inferno”. Entre Mixtapes, participações e algumas viagens, Magistrado atinge a maturidade necessária para a sua emancipação. Hoje com o seu mais recente trabalho podemos sentir a alforria musical onde o rap, o jazz e o soul encontram-se e concebem “Libertação Espiritual”.
Freestyle: O que te impulsionou para escolheres o Rap como estandarte?
MAG: Escolhi o rap como estandarte, pois é uma paixão desde miúdo, sempre identifiquei-me com as ideologias do rap, meu refúgio, minha arma de expressão e liberdade.
O que achas que é necessário para atingir um nível de “ Libertação Espiritual”?
Paz, amor, determinação, ousadia e fé.
O que é para ti indispensável quando escreves?
Apenas necessito de sentir o "feeling" para o fazer, independentemente do estado de espírito. A partir daí é deixar fluir entre a caneta e o papel.
Em que te inspiras quando escreves
Tudo o que me rodeia pois sou feito de momentos e experiências inspiro me nas vivências do quotidiano, mergulhando no passado, vivendo o presente e construindo o futuro.
O que difere o Magistrado do EP “ Barca do Inferno” e o Magistrado do álbum “
Libertação Espiritual”?
Com o passar do tempo fui absorvendo diferentes vivências e estilos musicais, resultando dai o álbum “Libertação Espiritual”.
Como nasceu a ideia de te juntares ao projecto Elefantsoul, para a concepção do teu novo trabalho “Libertação Espiritual?
Depois de várias pesquisas efectuadas e várias tentativas, encontrei o meu lugar ao sol na Elefantsoul.
O que te alimenta a alma?
A minha vida é resumida em melodia e poesia, a música é o alimento da minha alma, como digo num tema do disco "eu não nasci para ti, tu é que nasceste para mim, mas tu vives sem mim e eu não vivo sem ti…", ou seja, a música acompanha-me e acompanhar-me-á eternamente. No entanto , na realidade física, é muito complicado viver exclusivamente da música pois, infelizmente, não temos mercado nem cultura musical que o permitam.
Como surgiram as colaborações com artistas fora do mundo Hip Hop? Em que aspecto elas te influenciaram?
Todas as colaborações tem um feeling, motivo e uma causa independentemente do estilo pois as minhas influências não passam só pelo Hip Hop. No entanto a ideia de convidar um artista tem a ver com o tema em si e a onda da música que eu idealizo. Acho interessante arquitectar temas imaginando a fusão de artistas e estilos distintos, que apesar de diferentes acabam por, pelo menos naquele instante, se tornar num só...
De onde dimanam as tuas influências musicais?
Estas influências provêm da banda sonora da minha vida, que tem vindo a ser constituída por um grande leque de diversos estilos e artistas musicais englobados do mundo do funk, Soul e Jazz...
Consideraste-te Rapper ou Músico?
Músico, pois o Rapper faz música. Acho que as pessoas aqui em Portugal têm dificuldade em entender a definição da palavra Rapper. O Rapper é simplesmente um cantor de Rap ou Mc (Mestre de cerimonia) que por sua vez faz música, num discurso rítmico de rimas e poesia.
Se tivesses que mudar algum aspecto no Hip Hop, o que mudarias?
Mudava a forma como a sociedade observa e caracteriza o Hip Hop, pois costumam faze-lo de maneira distorcida, preconceituosa e racista. Generalizam e catalogam uma cultura e uma arte sem saberem qual a sua verdadeira essência do
Achas que já atingiste o expoente máximo de maturidade enquanto artista?
Não, enquanto artista ainda tenho muito que aprender e evoluir.
Tens algum trabalho em mente ou em execução?
Sim, o segundo álbum mas ainda esta ser estruturado.
Por último, mas não menos importante.
Agradeço a todos aqueles que incentivaram, apoiaram e me encaminharam até chegar aqui.
Mag aka Magistrado, não para julgar mas sim para lembrar.
Por: Makeda
Foto: Martim Borges
FREESTYLE/2010
