Cultivate, multiply, motivate Or else we´ll die
Encontramo-nos em 2009, altura em que o “hip hop“, pelo menos de nome , não passa despercebido a nenhuma geração. Uns mais novos por estarem a viver numa época em que o HH é canalizado de forma mediática através de publicidade, imprensa, moda e música. Outros mais velhos na casa dos 30 que foram os pioneiros a nível nacional e que se dão com muitas pessoas da sua geração mesmo não tendo nada a ver com a cultura. E os ainda mais velhos que vêem a informação por meios mediáticos e por comunicação dada pelos mais novos ( filhos ou netos ).
Resumindo hoje em dia vemos hip hop em todo o lado.
Lembro-me da moda do Breakdance em 1994/1995 através da chegada dos filmes BEATSTREET E BREAKDANCE, eu era bastante novo , mas através da influência de pessoas mais velhas percebi que havia uma febre de qualquer coisa que ficou a meio ao fim de 2 anos. Apagou-se o Hiphop nos media , o underground cresceu bastante nos anos 90, os 4 pilares desta cultura chegaram a um nível de skills estilos e flows , que pessoas como eu , ao sofrer uma falta de informação vinda de lá de fora visto que não era moda e não haver internet para os pioneiros serem livres de postar o que estariam a fazer no momento, fez com que tudo o que encontrássemos fosse precioso, lembro-me da primeira revista de graff que arranjei em 94 , dos primeiros cds ou tapes que alguém que ia ao States ( raro ) e trazia e gravávamos para todos nos dois decks em tempo real, da humildade e da necessidade de afirmação em modo low profile que todos tínhamos em qualquer uma das vertentes, porque ao procurarmos uma coisa que gostamos , iremos ser muito mais delicados com ela, a humildade de ser reconhecido por um writer como o Exas sem ir lá chatear a cabeça dele, ser reconhecido por um b-boy antigo como os da Microlândia sem ter falado com ele antes através dum set feito numa roda em festas antigas e super raras, conseguir fazer com que a maquete passasse no programa que todos nós estávamos prontos para ouvir á mesma hora de sempre, e lembro-me também dos primeiros que começaram a juntar dinheiro para comprar uma turntable e muitos deles deixaram esse sonho de lado. Factores estes que fazem com que saibamos quem esteve cá no inicio e quem continua a estar , praticando ou não.
Hoje em dia a história é outra tem bastantes vantagens como todos sabemos mas também há dificuldades , pelo menos em termos da quantidade de informação que recebemos ao longo do dia. É um facto que as coisas hoje em dia andam a uma velocidade vertiginosa, sabemos resultados de eventos de bboying no próprio dia , em 1998 levava-mos meses para saber e para conseguir a cassete VHS da battle of the year. O meio de comunicação tecnológica mais eficaz que temos no momento dado pelo nome de Internet traz-nos uma capacidade de promover o nosso trabalho e falar com qualquer artista esteja ele no mais alto nível , ou no mais baixo. Mas, Redes como fotologs, myspaces e blogspots influenciam uma geração que pratica agora o cliché de não ouvir o som ou não ver o trabalho e, deixar nada mais nada menos que um “comment” semelhante a “ TA FIXE PASSA NO MEU “, o que poderá saturar alguns artistas conceituados e estes talvez já não respondam como deve ser a uma mensagem de um fan e amante sério , influenciados logicamente por esse mesmo “ cliché” podendo ser um pouco destrutivo e desmotivante para quem queira realmente levar as coisas para o lado serio. Contudo a internet traz muitas vantagens , a promoção de eventos e contactos directos com os artistas e mostra de trabalhos é bastante rápida e as festas hoje em dia não têem as confusões que tinham antes com chamadas de bastantes grupos e depois os timings para cada artista estarem cada vez mais baralhados o que muitas das vezes dava origem à violência. No entanto , apesar de terem havido duas festas recentemente cuja organização foi fraca, não chegam para atrapalhar a quantidade de eventos de boa qualidade que vemos hoje em dia em Portugal e no Mundo inteiro. Mostrem amor por isto, caso contrário o caminho irá ser sempre o desvio.
Paz
Texto e ilustração: BONUS 12M
