Oriundo do coração do Porto, Birro deu-se a conhecer em Novembro de 2009 com o EP “Quem É?” – um EP interventivo de oito faixas que beneficia de excelentes instrumentais produzidos no 2º Piso pelo Mundo.
Em 2010, enquanto elemento do coletivo Gatos do Beko, o MC prepara-se para dar mais um passo para sair do anonimato.
Freestyle: Antes de mais, a pergunta que todos te querem fazer: “Quem é o Birro?”
Birro: O Birro é um lutador desta cultura desde miúdo. Quem quiser saber melhor só tem de ouvir o single do meu EP que é um pequeno resumo do meu percurso no Hip Hop.
És originário da Lapa. Porque dizes que o local está abençoado?
Porque é onde nasci, cresci, e é o lugar que me inspira, onde nasceram vários artistas desta cultura que já muito fizeram por ela.
Como surgiu o coletivo Gatos do Beko?
O coletivo, Gatos do Beko, surgiu em 2000. Primeiro conheci o DJ Score e começámos a fazer músicas. Depois juntaram-se o Boinas, o Mantas e o Porte. Desde aí nunca mais parámos, este é o nosso modo de vida.
Que duas palavras utilizarias para descrever os teus sócios?
Família Unida.
Porquê seguir o exemplo do teu colega Porte e lançar um EP de estreia em vez de um disco de longa duração?
Na altura, o Mundo surgiu com a ideia e eu achei que seria ótimo para me dar ritmo, e para dar a conhecer melhor o meu trabalho por Portugal. Quanto a fazer um disco, quem sabe, mas por agora o EP já fez o barulho que eu queria e consegui o meu objectivo.
Sem querer alimentar quezílias, é curioso como Porte se associou à Ace Produktionz e tu te ligaste ao 2º Piso. Foi tudo apenas uma questão de amizades?
Claro que sim, já que o Porte também pertence ao 2º Piso.
Sendo a música a tua arma de guerra, qual o teu principal alvo?
O meu principal objetivo é que a minha música seja ouvida pelo número máximo de pessoas por todo o país, e quem sabe pelo resto do mundo, de forma a ajudar as pessoas quando a ouçam, para que façam algo para melhorar a vida delas e combaterem os seus problemas.
Em “Dizem Que Está Morto?” convidas os “turistas da net a visitarem as ruas do Porto”. Quais achas que são os pontos altos desta cidade, no âmbito do movimento?
Na minha maneira de ver, todos os pontos são altos nesta cidade. Basta andar um pouco por estas ruas que encontras pessoas a pintar, dançar, cantar e a curtir os artistas.
“Quem é?” e “Dizem Que Está Morto?” foram os temas escolhidos para videoclip. Há mais alguma faixa do EP que gostasses de ver filmada?
Gostava de ver filmada a faixa “Acordem Povo” porque o tema ia dar umas imagens bastante descritivas desta sociedade em que vivemos. Mas nada impede que um dia isso possa vir a ser realizado.
O teu círculo de participações tem sido praticamente restringido à zona do Porto. Como surgiu o convite para participar no disco “Palavra de Músico” do algarvio Gijoe?
O convite surgiu pela parte do Mundo, e eu e o DJ Score fizemos o nosso trabalho. Mas tenho participações também em mixtapes do Algarve e participo na mixtape “Mike Phelps” a solo e com a banda.
Podes avançar alguma coisa sobre os temas na “Mike Phelps”?
O tema em que participo com os Gatos do Beko tem o nome “Se Tens Problemas”, o que por si só já ajuda a defini-lo. Escolhemos um instrumental mais futurista, com outra cadência, de forma a explorar outro tipo de métrica e flow. No fundo, o objectivo é fugir àquilo que tem sido feito. Em relação ao outro tema no qual participo, o convite surgiu da parte do Mundo. Este som conta também com outros MCs, nomeadamente Rato, Rey e Each. O conceito da música gira um pouco em torno do nome da mixtape. O preview já se encontra disponível no MySpace do DJ Nelassasin.
Achas que o EP te deu a conhecer um pouco mais por todo o país? Qual foi o feedback que obtiveste?
Claro que sim. Cantei por todos os cantos do país e o feedback foi muito positivo. O público já cantava os meus sons e isso é dos melhores sentimentos que podem existir.
Está para breve o álbum de estreia dos Gatos do Beko, “O Seu a Seu Dono”. Em que se centra este disco? Qual foi a vossa fonte de inspiração?
O disco é um resumo destes 10 anos juntos, tem um pouco de tudo pelo que passámos e transmite um pouco de cada um à sua maneira e estilo. A inspiração é o nosso dia-a-dia, as nossas vivências e os nossos amigos.
Já têm alguma data de lançamento planeada?
Sim, à partida a festa de lançamento será para meados de Setembro. A entrada inclui a oferta do álbum “O Seu a Seu Dono” e contará com algumas surpresas.
Onde foi feita a gravação e quem foi responsável pela produção?
A gravação foi feita no 2º Piso e os responsáveis pela produção dos instrumentais são o Mundo, o Ex- Peão, o Tombo, o Poeta de Rua e o D.One.
Convidaram alguns MCs?
Os MCs convidados são o Rey, o Mundo, o Ex-Peão e o Ace.
Houve alguém que gostassem de ter convidado mas que não tiveram oportunidade para isso?
Não, porque contámos com todas as pessoas com quem queremos trabalhar, não excluindo a hipótese de vir a trabalhar mais tarde com outros artistas.
Porquê escolher “Motores Quentes” como single de avanço e primeiro vídeo? Acham que é um tema que chegará mais facilmente ao público alvo?
O single “Motores Quentes” é o início do nosso trabalho fisicamente e estamos lançados a toda a velocidade por todas as estradas.
O nosso objectivo não é chegar a um público alvo mas sim a todo o tipo de pessoas e lugares. O single está disponível para ouvir e fazer download no MySpace dos Gatos do Beko.
Onde gravaram o vídeo?
O vídeo foi gravado na “Penthouse”.
Alguma história por detrás dessa escolha?
Não, escolhemos a “Penthouse” porque achámos que era o local mais indicado para serem realizadas as gravações. Era o que nos fornecia as melhores condições e ficámos bastante contentes com o produto final.
Em que outros projectos andas envolvido, tanto a solo como com os Gatos do Beko?
Neste momento estou concentrado a 100% nos Gatos do Beko.
Por: Daniela Ribeiro
Foto: Deck
FREESTYLE/2010
