5 ideias para o Hip Hop Tuga em 2010



Início de ano é sempre altura de prognósticos. Podia fazê-los. Mas sinceramente, não me parece uma ideia muito arrebatadora, principalmente porque aquilo que eu acho que vai acontecer e aquilo que eu gostava que acontecesse no Hip Hop Tuga são duas coisas muito diferentes.

Assim, aqui ficam 5 ideias que gostava de ver em prática no Hip Hop Tuga em 2010.

O Hip Hop Tuga e as escolas

É uma antiga batalha, eu sei. Mas eu continuo a achar que um projecto bem organizado e bem financiado conseguiria ter sucesso. A ideia é agarrar nos nossos MCs mais inspiradores e dar um novo sentido à expressão “rap de intervenção”. Fala-se muito em indisciplina nas escolas e eu continuo a acreditar que nós, enquanto movimento consciente, podemos ser parte da solução. Algo me diz que muitos desses “alunos problemáticos” ouviam mais depressa um MC do seu bairro do que a Ministra da Educação.

O Hip Hop Tuga e os Hiphoppas

O X-Tense uma vez teve uma ideia: fazer um site chamado The Hustler, onde os Hiphoppas podiam comprar e vender serviços, desde designs para capas de álbuns até beats. É uma ideia que faz todo o sentido, especialmente num movimento que só pode contar consigo próprio. E uma ideia que só ganhava em alargar o âmbito e estender-se a todas as outras competências que temos além do MCing e DJing – também somos juristas, fiscalistas, jornalistas, marketeers, etc. 

O Hip Hop Tuga e o crowdfunding

Talvez o único ponto a que posso chamar prognóstico – a indústria musical, tal como existe, está condenada a desaparecer. Além de desejar, prevejo que vamos deixar de ter editoras e distribuidoras a determinar quem é ouvido e quem é editado e vamos passar a ter artistas a permitir ao seu público financiar o seu próximo álbum/videoclip/material para o estúdio. As únicas pessoas que os artistas vão precisar de convencer a apoiá-los são o seu próprio público. Chega de “não dão oportunidades a um gajo”.

O Hip Hop Tuga e os ouvintes

Uma vez o Stray disse-me “as pessoas não compram CDs porque não podem usar o CD na testa”. E quanto mais tempo passa, mais lhe dou razão. Embora a música permaneça a essência da ligação entre artista e ouvinte, aquilo que fideliza o público a um artista/género não é a rodela de plástico. É aquilo que ele pode usar para se definir e mostrar ao mundo quem é. São as t-shirts, os posters, os layouts para blogs, os calendários e os fundos de ecrã. São as battles de remixes, são os fan-videoclips que poderão vir a ser oficializados e os debates nos fóruns para a escolha do single do próximo álbum. Aliás, não são, eram. Em 2010, por favor, surpreendam-nos com a Next Best Thing

O Hip Hop Tuga e o teu projecto

Todas estas ideias são coisas que gostava de ver acontecer num futuro próximo. Todavia, a ideia que eu gostava de implementar não está aqui contemplada. Por isso mesmo, quero deixar este espaço em aberto – qual é a tua ideia para 2010? Seja qual for, de certeza que os quatro projectos anteriores te ajudavam bastante a andar com ela para a frente. E não duvido que a tua ideia também serviria de alavanca para outras ideias.

Por isso, termino com a lição de KRS-ONE para Street Entrepreneurialism: “It is this Spirit, the Spirit of self-creation, the urge to create and sell one’s own talents, discoveries and inventions that is encouraged by these teachings. Its practitioners are known as hustlers and self-starters. Entrepreneur—a self-motivated creative person who undertakes a commercial venture.”



Por: Joana Nicolau 

Ilustração: Tiago Costa Rebelo

 

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